domingo, 17 de maio de 2009

Pela manhã, pós-almoço ou fim de tarde o café acompanha os brasileiros. Muitos em cada tragada engolem também o tempo ocioso. Uns o tomam pela falta de outra bebida. Outros por já serem dependentes. Uns por tradição familiar, outros por pura preferencia. Quando, onde e porque não se vem ao caso. Porém temos de convir, o café (assim como a cerveja) socializa. Bons debates saem nos cafés espalhados pelo Brasil. Amizades, soluções, casamentos e intrigas nascem em meio a fumaça da bebida. Você pode até não gostar de café, mas aprecia a hora do cafézinho. Façamos então desse blog o nosso café virtual. Com açúcar ou adoçante, sirvam-se e sintam-se a vontade.

6 comentários:

  1. Como me identifiquei com pelo menos 3 dos tipos descritos de apreciadores de café, parabenizo a idéia do blog.
    Já o coloquei em meus favoritos.
    Beijão.

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  2. como vC sabe...eu odeio tudO,inclusive cafe!!
    mas a ideia eh legal!! XD

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  3. Ahh bendito café! Já pensei até em fazer jejum, mas não consigo (preferi fazer de coca-cola)!!!
    Muito bom o blog e o texto sobre o café também! rsrs...
    Bjus!!!

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  4. "Com açúcar, com afeto", o café vai muitíssimo bem... vim repetir essa frase já dita numa canção brasileira, porque acho importante que ela se repita na mesma medida em que são repetidas diariamente as tragadas dessa quase sagrada unção(no sentido mais humano da palavra sagrada, o sentido que mais amo)e acrescento a essa frase de socialização amigável, tão irmã, enfim,adiciono a essa cumplicidade que as horas de café nos sugerem, um dado precioso das relações e do café (que a primeira vista pode parecer um dissabor): mesmo com um humor envenenado pelo sal dos desafetos, a hora marcada do café socializa, como bem disse nosso sábio Borges... e isso é um luxo (luxo no sentido mais humano, o sentido que mais amo)porque luxos não significam riqueza, nem nescessariamente bons tratos ou sentimentalismo maquiado e muito menos o "muito mais". Em tempos de indiferença, mesquinhez e resguardo por pura sensatez imbecil e covarde (esses tipos de máscaras de valentes e intocáveis que a gente veste por puro medo de se revelar e assim entregar qualquer parcela dos mil mundos que temos contidós em nós) acho que a tradição dos encontros promovidos pelas xícaras é belo... belo porque aproxima e distancia o sentimento de distância e isso é o maior luxo humano, que amo e que nunca vou cansar de falar, procurar e amar. Viva o café, o olhar, as línguas cansadas de falar... isso é celebração e celebração é a própria vida nua, travestida de festa e como sabemos, ela é imensa e ao mesmo tempo pode caber numa xícara mínima diluída pela carícia da conversa e da colher...

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  5. Apanhei para postar meu primeiro comentário nesse salão de café arquitetado no centro exato da metrópole virtual...
    Viagem válida. Gostei do gosto. Vou voltar sempre. Engraçado surgir o tema nesse momento específico e decisivo da minha relação com o café: acho que bebi mais café nos três últimos meses do que em toda minha vida. E isso vem me embreagar dos trilhões de temas e significados possíveis da bebida. Socialização, tradição, doçura, vício, tudo o que postamos e tudo o que calamos entre uma postagem e outra, entre um gole e outro. Fica a reticência como trÊs grão de café a serem moídos: ...

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  6. Clube cafeína
    (Balada ainda sem som)

    Café é democracia
    Luxo geral da pátria minha
    É o sangue dos sem raça
    Lá no clube cafeína
    Um batalhão de cafetinas
    Degustam grãos de café amargo
    São legiões de senhoritas
    São idosas tão meninas
    Chupando grãos não triturados
    Levadas assim à língua
    As munições de cafeína
    Se diluem no passado:
    Comentam paixões e maravilhas
    Os defeitos de inquilinas
    E o horror dos mal amados
    A secura é maresia
    A política é poesia
    Quando o café, em prosa, é condensado
    Tontas de tantas xícaras
    E do véu da nicotina
    Do tabaco consumado,
    São lírios murchos da camarinha
    Que só ao sol da tardinha
    Ficam recém desabrochadas
    O café tingindo a língua
    São como dedos na marimba
    É como um medo amordaçado
    As línguas quentes das felinas
    Vão destilando melodias
    Sangram sons suavizados
    A dor gelada dessas sinas
    Vai gargalhando, criando cinzas
    E o bordel se faz sagrado
    Lá no clube cafeína
    A fofoca é ferina
    É doçura, é mal olhado
    Se esse deleite não te anima
    É melhor que nem se insira
    É melhor ficar de lado
    Tantas donas nas cozinhas
    Bebem a unção sozinhas
    E o doce lar de faz gelado
    Toda hora é infinita
    Dois dizeres, uma desdita:
    Um ‘bom dia’ a alguém que passa
    Tantas teias na cortina
    Tantas veias desanimam
    Pelo tédio que se arrasta
    Olho as xícaras na pia
    Resta a sangria retinta:
    A maravilha deixa marca
    Só no clube cafeína
    O conversê fia treliças
    E o salão é plena praça
    Onde a graça é imprecisa:
    Sorrisos de monalisas
    Beija flor em vez de traça
    Quando ficam indecisas
    Entre champanhe e cafeína
    Vão beber café na taça
    Na igreja são mal vistas
    Só no clube são bem vindas:
    Sem café a fé é chata

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