Pela manhã, pós-almoço ou fim de tarde o café acompanha os brasileiros. Muitos em cada tragada engolem também o tempo ocioso. Uns o tomam pela falta de outra bebida. Outros por já serem dependentes. Uns por tradição familiar, outros por pura preferencia. Quando, onde e porque não se vem ao caso. Porém temos de convir, o café (assim como a cerveja) socializa. Bons debates saem nos cafés espalhados pelo Brasil. Amizades, soluções, casamentos e intrigas nascem em meio a fumaça da bebida. Você pode até não gostar de café, mas aprecia a hora do cafézinho. Façamos então desse blog o nosso café virtual. Com açúcar ou adoçante, sirvam-se e sintam-se a vontade.
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Como me identifiquei com pelo menos 3 dos tipos descritos de apreciadores de café, parabenizo a idéia do blog.
ResponderExcluirJá o coloquei em meus favoritos.
Beijão.
como vC sabe...eu odeio tudO,inclusive cafe!!
ResponderExcluirmas a ideia eh legal!! XD
Ahh bendito café! Já pensei até em fazer jejum, mas não consigo (preferi fazer de coca-cola)!!!
ResponderExcluirMuito bom o blog e o texto sobre o café também! rsrs...
Bjus!!!
"Com açúcar, com afeto", o café vai muitíssimo bem... vim repetir essa frase já dita numa canção brasileira, porque acho importante que ela se repita na mesma medida em que são repetidas diariamente as tragadas dessa quase sagrada unção(no sentido mais humano da palavra sagrada, o sentido que mais amo)e acrescento a essa frase de socialização amigável, tão irmã, enfim,adiciono a essa cumplicidade que as horas de café nos sugerem, um dado precioso das relações e do café (que a primeira vista pode parecer um dissabor): mesmo com um humor envenenado pelo sal dos desafetos, a hora marcada do café socializa, como bem disse nosso sábio Borges... e isso é um luxo (luxo no sentido mais humano, o sentido que mais amo)porque luxos não significam riqueza, nem nescessariamente bons tratos ou sentimentalismo maquiado e muito menos o "muito mais". Em tempos de indiferença, mesquinhez e resguardo por pura sensatez imbecil e covarde (esses tipos de máscaras de valentes e intocáveis que a gente veste por puro medo de se revelar e assim entregar qualquer parcela dos mil mundos que temos contidós em nós) acho que a tradição dos encontros promovidos pelas xícaras é belo... belo porque aproxima e distancia o sentimento de distância e isso é o maior luxo humano, que amo e que nunca vou cansar de falar, procurar e amar. Viva o café, o olhar, as línguas cansadas de falar... isso é celebração e celebração é a própria vida nua, travestida de festa e como sabemos, ela é imensa e ao mesmo tempo pode caber numa xícara mínima diluída pela carícia da conversa e da colher...
ResponderExcluirApanhei para postar meu primeiro comentário nesse salão de café arquitetado no centro exato da metrópole virtual...
ResponderExcluirViagem válida. Gostei do gosto. Vou voltar sempre. Engraçado surgir o tema nesse momento específico e decisivo da minha relação com o café: acho que bebi mais café nos três últimos meses do que em toda minha vida. E isso vem me embreagar dos trilhões de temas e significados possíveis da bebida. Socialização, tradição, doçura, vício, tudo o que postamos e tudo o que calamos entre uma postagem e outra, entre um gole e outro. Fica a reticência como trÊs grão de café a serem moídos: ...
Clube cafeína
ResponderExcluir(Balada ainda sem som)
Café é democracia
Luxo geral da pátria minha
É o sangue dos sem raça
Lá no clube cafeína
Um batalhão de cafetinas
Degustam grãos de café amargo
São legiões de senhoritas
São idosas tão meninas
Chupando grãos não triturados
Levadas assim à língua
As munições de cafeína
Se diluem no passado:
Comentam paixões e maravilhas
Os defeitos de inquilinas
E o horror dos mal amados
A secura é maresia
A política é poesia
Quando o café, em prosa, é condensado
Tontas de tantas xícaras
E do véu da nicotina
Do tabaco consumado,
São lírios murchos da camarinha
Que só ao sol da tardinha
Ficam recém desabrochadas
O café tingindo a língua
São como dedos na marimba
É como um medo amordaçado
As línguas quentes das felinas
Vão destilando melodias
Sangram sons suavizados
A dor gelada dessas sinas
Vai gargalhando, criando cinzas
E o bordel se faz sagrado
Lá no clube cafeína
A fofoca é ferina
É doçura, é mal olhado
Se esse deleite não te anima
É melhor que nem se insira
É melhor ficar de lado
Tantas donas nas cozinhas
Bebem a unção sozinhas
E o doce lar de faz gelado
Toda hora é infinita
Dois dizeres, uma desdita:
Um ‘bom dia’ a alguém que passa
Tantas teias na cortina
Tantas veias desanimam
Pelo tédio que se arrasta
Olho as xícaras na pia
Resta a sangria retinta:
A maravilha deixa marca
Só no clube cafeína
O conversê fia treliças
E o salão é plena praça
Onde a graça é imprecisa:
Sorrisos de monalisas
Beija flor em vez de traça
Quando ficam indecisas
Entre champanhe e cafeína
Vão beber café na taça
Na igreja são mal vistas
Só no clube são bem vindas:
Sem café a fé é chata